Que se cicatriza a ferida
Que instalou-se no peito
Em hora distraída
Há de arder silenciosa
Igual a solidão andante
Antes que se desvaneça
Como um vulto distante
Há de se consumir pouco a pouco
Como instante trote lento
Até que se extinga
Num vôo rasante do vento
Da noite para o dia
Não se cicatriza a ferida
Que fez no âmago moradia
Há de rastejar risonhamente
Igual ao ordinário réptil
À caça do que lhe sacie o ventre
Nossa, que bom! Que palavras fortes, como que batem e acariciam. Senti a poesia saltando delas.
ResponderExcluir